A
guerra do Paraguai foi o maior conflito armado já travado em solo latino
americano, o número de soldados mortos chega à cifra de 300 mil, valor superado
no continente, apenas pela guerra de secessão nos Estados unidos, onde o
conflito entre o norte e o sul daquele País matou cerca de 620 mil pessoas.
Como entender os motivos que levaram a tamanha carnificina é tarefa difícil, a
historiografia oficial de cada nação envolvida na guerra tenta aliviar o fardo
da matança generalizada buscando fatos e argumentos que possam explicar o que
levou o Paraguai e seus rivais Brasil, Uruguai e a Argentina a se envolverem em
uma luta tão longa e de tamanhos prejuízos. Até a década de 1980 a
historiografia de cunho marxista colocava o Paraguai na posição de vítima, os
textos a cerca da guerra diziam que o modelo de autonomia financeira, a
introdução de indústrias de base e o baixo índice de analfabetos incomodavam os
interesses britânicos no continente. O Paraguai era visto como um perigo para
os interesses do imperialismo Inglês, um exemplo que não podia se disseminar, a
exaltação chegou ao exagero de colocar o modelo paraguaio como exemplo de
potência latino- americana. Com certeza essa análise está bem distante da
verdade, o Paraguai não era esse paraíso pintado pela teoria de esquerda, tinha
bons exemplos de educação e de reforma agrária que deram certo, mas longe de
achar que o nosso vizinho de fronteira desfrutava de uma situação de autonomia
plena. É mais fácil enquadrar a guerra do Paraguai no cenário de disputa de
ordem política e econômica que a muito reinava nas fronteiras latinas, o Brasil
impondo suas vontades, chegando a manipular o seu bel prazer à política Uruguaia
e a Argentina que sonhava com a anexação das terras Paraguaias. A navegação na
região da Bacia da Prata e as pretensões expansionistas do Presidente – Ditador
Francisco Solano Lopez, também entra na lista dos possíveis fatores que
ajudaram a criar o estado beligerante entre os países citados. O clima de
guerra começou a se formar com o ato inesperado do presidente paraguaio
Francisco Solano Lopez de mandar aprisionar o navio Brasileiro “Marquês de
Olinda”, com importantes autoridades Brasileiras a bordo, inclusive o
presidente da província Do mato grosso, o político Frederico carneiro de
campos. As relações diplomáticas foram cortadas, o seqüestro do navio foi uma
afronta que criou intensos debates no império em relação à postura a ser tomada
pelo Brasil após o incidente. Não deu tempo de declarar estado de guerra, pois
o Paraguai se adiantou, sob as ordens de Lopez o exército Paraguaio invade a
província do mato grosso no dia 13 de dezembro de 1864. O presidente paraguaio
usou de justificativa para tal ato de agressão as constantes intervenções do
estado brasileiro no Uruguai, além da tese de que a região do Mato grosso é uma
área de litígio, cabendo ao Paraguai a chance de reivindicar e disputar a posse
da região. Estava iniciada a guerra, a invasão relâmpago das tropas paraguaias
pegou os Brasileiros de surpresa, há muito tempo nosso vizinho se preparava
para essa invasão, Solano Lopez desde que assumiu o poder no lugar de seu pai
vinha preparando o Paraguai para uma possível guerra, técnicos estrangeiros
trabalhavam no país produzindo armas e seu exército era o único permanente e
realmente treinado para lutar. Alguns historiadores dizem que o exército de
Solano López contava com 90 mil soldados se incluirmos os reservistas, com
armas novas e modernas. No dia 29 de março de 1865, foi à vez da Argentina ser
arrastada para a guerra com a invasão do seu território por tropas paraguaias,
a província de corrientes foi o novo alvo da política expansionista do
presidente paraguaio. O território Uruguaio também estava na lista de
pretensões do Paraguai, a invasão de corrientes na Argentina era uma abertura
de caminho para tal objetivo. A incapacidade do Brasil, da Argentina e Uruguai
em deter o “ditador” paraguaio levou os mesmos a se unirem contra o inimigo em comum.
Em maio de 1865 é criada a tríplice aliança, acordo militar que envolvia a
Argentina do presidente Bartolomeu Mitre, o Uruguai de Venâncio Flores e o
Império do Brasil de d. Pedro II, o comando supremo das forças no início ficou
a cabo do presidente Argentino. Despreparado e desorganizado o exército aliado
não conseguia reunir forças para expulsar o Paraguai que no instante inicial da
guerra ocupava solidamente vários territórios que pertenciam aos países da tríplice
aliança. A primeira grande vitória dos aliados se deu em junho de 1865 na
lendária batalha naval de Riachuelo onde o Brasil destruiu parte da frota
paraguaia. A guerra parecia estática, Solano Lopez foi competente ao criar um
cinturão de defesa que protegia o seu país, uma linha tão sólida que até meados
de 1866 a tríplice aliança parecia não achar um caminho capaz de levá-los a
vitória final. A virada na guerra se deu com a chegada de Luís Alves de lima e
silva, o Marquês de Caxias recebeu a incumbência de assumir o comando supremo
das operações da tríplice aliança, a sua habilidade militar e a imensa
capacidade de organização foi de fundamental importância na reestruturação das
tropas e na posterior vitória dos aliados. No dia 28 de julho de 1868 as tropas
sob seu comando vencem a batalha de Humaitá, caia por terra a principal linha
de defesa dos paraguaios. A capital assunção caiu nas mãos de Caxias no dia 1
de janeiro de 1869, com o trabalho realizado e a sensação de dever cumprido o
mesmo se afasta da frente de combate entregando o comando ao genro de D. Pedro
II, O conde D´eu. Restava ainda a tarefa de vencer os últimos focos de luta, e
capturar o grande causador do conflito na visão dos aliados – o presidente
Francisco Solano López. Não foram poucos os casos de abuso e sadismo atribuídos
a liderança do genro de D. Pedro II, o Paraguai ficou totalmente destruído e
milhares de jovens e idosos não foram poupados da Fúria do Exército Brasileiro.
Solano López tentou se refugiar na região das cordilheiras em cerro León, mas
com a derrota das suas últimas tropas na batalha de CERRO CORÁ, não tinha mais
como se esconder. O presidente – ditador do Paraguai terminou seus dias de
glória com uma lança que transpassou seu corpo, ela teria sido atirada pelo
cabo do exército brasileiro conhecido por “Chico Diabo”, um tiro foi o golpe de
misericórdia de sua vida atribulada. A guerra do Paraguai teve um saldo negativo
para todos os envolvidos, inclusive para os vitoriosos da tríplice aliança. O
Paraguai segundo a maioria das fontes teria perdido cerca de 70% de sua
população economicamente ativa, sua indústria que outrora era motivo de orgulho
estava ao final da guerra completamente destruída, suas perdas matérias e
humanas foram tão grandes que ainda hoje elas são utilizadas no País para
explicar a origem de sua pobreza. No esforço de guerra para vencer o Paraguai
os países da tríplice aliança acumularam dívidas volumosas com uma série de
bancos londrinos, a dívida brasileira se sobressaia, os gastos no conflito
atingiram o dobro da receita do império. Para o imperador D. Pedro II a guerra
do Paraguai foi o inicio da crise que levou sua monarquia ao fim, o exército brasileiro
voltou da frente de batalha reformulado, enquanto instituição se
profissionalizou e no campo das ideias aderiu ao republicanismo e a causa
abolicionista. No próximo capítulo vamos percorrer os episódios finais do
segundo reinado, analisar os fatores que derrubaram a última monarquia ainda em
vigor em solo americano.
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